Construindo uma estratégia de inclusão digital em tempo real



Parte I – Sobre proponente e co-proponente

Proponente

Nome:

Edson Nascimento Silva Junior

Estado:

Amazonas

Região:

Norte

Setor:

Comunidade Científica e Tecnológica

Parte II - Sobre o Workshop

Resumo do workshop

O Brasil ainda carrega o abismo digital como problema coletivo. Uma das explicações é a distância entre o aparato teórico de especialistas e as demandas reais dos grupos afetados diariamente pela exclusão digital. O workshop pretende reunir, numa mesma mesa redonda, problema e solução: a primeira experiência pública brasileira do tipo. Para além do debate, o objetivo deste workshop é propor estratégias de inclusão digital baseadas em cenários do cotidiano e possíveis de serem implementadas.

Objetivos e conteúdos do workshop

O objetivo do workshop é dar um passo à frente na promoção da inclusão digital: reunir o acúmulo teórico e regulatório sobre o assunto e direcioná-lo para a construção ao vivo de uma estratégia de inclusão digital que considere barreiras práticas vivenciadas por comunidades excluídas digitalmente. Para tanto, serão trazidos cenários de exclusão digital envolvendo diversos desafios de uma comunidade hipotética, mas que inclui problemas reais recolhidos durante 3 meses pela organização e painelistas do workshop. Por meio da discussão direcionada por especialistas de diferentes áreas, o público poderá se identificar tanto com os problemas debatidos (por refletirem fatos reais) quanto das soluções construídas colaborativamente. Para o desenvolvimento das estratégias, será apresentada uma narrativa aos painelistas com os problemas enfrentados, a qual envolverá: 1. dificuldades aquisição de equipamentos, 2. inexistência de infraestrutura (energia, telecomunicação, construção), 3. desconhecimento tecnológico, entre tantos outras dificuldades enfrentadas pelos brasileiros ainda à margem sociedade da informação. Ao longo da construção da estratégia também serão apresentados obstáculos adicionais aos especialistas, para simular o fato de que as políticas públicas frequentemente são desenhadas oficialmente de uma forma, mas praticadas de outra. Desta forma, o processo de construção de uma estratégia de inclusão digital será simulado em público para que se compreenda cada etapa até a efetivação do acesso à internet, como direito humano.

Relevância do tema para a Governança da Internet

Criar mecanismos eficientes para sobreviver dentro de uma realidade que vem se firmando ainda mais tecnológica deve ser tido como um desafio prioritário diante do cenário global que estamos obrigados a conviver e que a pandemia de Covid-19 ressaltou. Assim, o caminho do conhecimento e do acesso à informação passa ter a mesma relevância que o dos acessos a serviços básicos como saneamento, saúde, educação e segurança. Neste contexto, a inclusão digital tem papel singular para, sob o mesmo guarda-chuva, evocar diferentes elementos de forma que as pessoas não apenas tenham conexão à internet, mas que protagonizem sua governança, fruindo e criando tecnologia. A inclusão digital é uma condição básica para que qualquer debate sobre governança da internet ocorra (privacidade, cibersegurança, moderação de conteúdo, entre tantos assuntos), por isso não pode ser separada do contexto mais amplo da governança da internet. Inclusão digital não é apenas um pressuposto à governança da internet, mas parte basilar da própria governança. Em pesquisa recém realizada pelo IRIS (prelo), concluiu-se que uma das maiores críticas ao campo do conhecimento da governança da internet é a negligência de grande parte da comunidade sobre o papel e importância de atores informais, estão “na ponta”, e menos na parte discursiva. Este workshop pretende apresentar diversos atores, instituições e práticas de inclusão digital como parte da moldura mais ampla da governança da internet e exercício do modelo “bottom-up”, de forma a trazer visibilidade e capilarizar os debates sobre governança da internet.Reconhecer e alcançar atores colocados à margem da governança da internet é um passo necessário para a efetividade do modelo e das pautas da governança há décadas já debatidos.

Forma de adequação da metodologia proposta

O diálogo terá como fio condutor a narrativa de uma comunidade hipotética excluída digitalmente. Nos primeiros 5 minutos a moderadora irá apresentar o cenário amplo vivenciado por esta comunidade e destacará 3 dificuldades a serem endereçadas pelos painelistas, sendo estas dentro do espectro da 1. infraestrutura de acesso à internet; 2. alfabetização digital; 3. apropriação tecnológica. Cada barreira comporá um bloco do workshop, havendo, portanto, 3 blocos ao longo do workshop. Em cada bloco do workshop, 2 painelistas serão convidados a apresentarem suas sugestões, críticas e reflexões em até 10 minutos. Ao final de cada bloco será passado um vídeo gravado por um líder de uma comunidade real que vivencia o problema debatido pelos painelistas e haverá 10 minutos para perguntas da audiência acerca dos temas. Desta forma, haverá tempo adequado para os painelistas apresentarem a perspectiva do seu setor, sendo portanto um painel dinâmico e com intenso diálogo de diferentes áreas

Engajamento da audiência presencial e remota

Considerando que a proposta tem como fio condutor 3 perguntas norteadoras, a cada bloco as perguntas norteadoras serão inseridas na tela principal da plataforma Mint, a qual cria um quadro de ideias colaborativo. A audiência, remota e presencial, será convidada a fazer o mesmo exercício dos painelistas: desenvolver um caminho de superação da barreira de exclusão digital apresentada. No final de cada bloco serão selecionadas as melhores respostas e comentadas pelos painelistas. Destaca-se que a organização do workshop possui, junto a sua instituição, uma equipe de Comunicação que prestará a assistência técnica e logística para que esta interação no quadro de ideias seja uma experiência dinâmica e atrativa. Além disso, ao final de cada bloco haverá 10 minutos para comentários e apresentação de dúvidas pelas audiência presencial, de forma que questões para além das inicialmente idealizadas como dificuldades e soluções também sejam apresentadas pela audiência.

Resultados pretendidos

Dentro os resultados pretendidos espera-se o fomento ao debate direcionado de forma a catalisar os anos de construção teórica acerca da inclusão digital em aspectos mais concretos. Além disso, pretende-se que a estratégia de inclusão digital elaborada pelos especialistas ao longo do workshop fornecça subsídios efetivos para comunidades vulnerabilizadas de forma que o workshop resulte em uma conscientizaão concreta e desencadeie iniciativas de alcance de inclusão digital. Ademais, com a utlização da plataforma Mint, bem como pela coleta anterior de opiniões, será possível obter um panorama geral dos principais desafios enfrentados por população excluídas digitalmente, sendo um passo importante para o avanço no debate teórico.

Relação com os príncipios do Decálogo

Governança democrática e colaborativa

Temas do workshop

DINC – Inclusão digital (ou Inclusão digital e inclusão social?) | DINC – Povos originários e tradicionais | IACO – Acesso e conectividade |

Aspectos de diversidade relevante

Gênero | Cor ou raça | Região |

Como a proposta integrará os aspectos de diversidade

A proposta pretende integrar os aspectos de diversidade de 3 formas distintas. Primeiramente, a partir das próprias vivências dos painelistas, enquanto pessoas negras e moradores da região Norte, serão abordadas barreiras especificas enfrentadas por estas populações. Desta forma, não será replicado o modelo de painel sobre determinado grupo vulnerabilizado, mas sim um painel com a participação e voz de painelistas que pertencem a tais grupos. Neste sentido, os painelistas negros ressaltarão, além de outros aspectos da inclusão digital, os caminhos para a apropriação tecnológica e empoderamento digital deste grupo, e os painelistas do Amazonas refletirão as dificuldades enfrentadas pelas populações ribeirinhas e indígenas. Uma segunda forma de integração da diversidade no painel é por meio da inserção, ao longo do debate, de pequenos vídeos elaborados por lideranças comunitárias que efetivamente vivenciam dificuldades de conectividade, discriminação e analfabetismo digital. Desta forma,
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